A polícia federal fez hoje uma operação em seis estados e no Distrito Federal para investigar um suposto esquema de propinas que permitia a distribuição de cargas adulteradas ou fora das normas de qualidade de carne, de frango e de embutidos de porco e de aves que sejam vendidos para o Brasil e para o exterior.
Essa operação atingiu mais de 70 empresas entre elas frigoríficos, de unidades de produção de fábricas de alimentos, são líderes do mercado nacional.
O Ministério da Agricultura interditou três unidades e determinou o recolhimento dos produtos e garante que o sistema de vigilância da qualidade é de confiança. 33 funcionários do Ministério da Agricultura foram afastados por causa das investigações.
A Polícia Federal investiga suspeita de que funcionários de frigoríficos e de algumas subsidiárias de empresas de alimentos de seis estados mais o Distrito Federal, teriam pagado propina para escapar da fiscalização do Ministério da Agricultura. A propina de acordo com os policiais era paga com dinheiro e entregas de mercadorias, principalmente carne. Segundo as investigações, entre as irregularidades estariam a liberação de carne vencida, contaminada, a troca de rótulos de validade e o uso de substâncias químicas para maquiar carne estragada.
A polícia federal diz que interceptações telefônicas ajudaram a identificar irregularidades em cargas de carne, frango, e de embutidos de porco e aves que seriam vendidas no Brasil, países da Europa e na China. A justiça decretou 27 prisões preventivas, 11 temporárias e 77 conduções coercitivas. Quando a pessoa é levada para prestar depoimento. Os suspeitos são investigados pelos crimes de:
- Organização criminosos
- Lavagem de dinheiro
- Corrupção
- Concussão
- Tráfico de influência
- Prevaricação
- Peculato
- Crime contra a saúde pública
- Falsificação de documento público
- Violação de sigilo funcional e fraude documental
Também foram decretados 194 mandados de busca e apreensão em frigoríficos, unidades de empresas de alimentos:
- Big Frango Indústria e Com. de Alimentos Ltda- BRF - Brasil Foods S.A
- Dagranja Agroindustrial Ltda
- E.H. Constantino
- Frango a Gosto
- Frigobeto Frigoríficos e Comércio de Alimentos Ltda
- Frigomax - Frigoríficos e Comércio de Carne
- Frigorífico 3D
- Frigorífico Argos Ltda
- Frigorífico Larissa Ltda
- Frigorífico Oregon S.A
- Frigorífico Rainha da Paz
- Frigorífico Souza Ramos Ltda
- JBS S/A (em três unidades produtivas)
- Mastercarnes
- Novilho Nobre Indústria e Comércio de carnes Ltda
- Peccin Agroindustrial Ltda
- Primor Beef – JJZ Alimentos Ltda
- Seara Alimentos Ltda
- Unifrangos Agroindustrial S.A/ Companhia Internacional de Logística
- Breyer e Cia Ltda.
- Fábrica de Farinha de Carne Castro Ltda
Um dos frigoríficos investigados é o Larissa, que tem uma filial em Iporã no Paraná. Em uma conversa gravada em Maio de 2016, o dono, Paulo Rogério Spósito preso hoje, manda o funcionário usar produtos vencidos há 3 meses o relatório da Polícia Federal não diz se a carne foi vendida e nem para onde.
A JBS um dos maiores grupos produtores de alimentos industrializados do país é dona das marcas Seara, Big Frango, Friboi e Swift e disse que as unidades que foram alvos da operação da PF, são advogados e da Lapa ,ambas no Paraná e de Goiânia. Em Rolândia e Goiânia são feitos o abate e desossa de bovinos e na fábrica da Lapa o abate e o processamento de frangos. Não disse porém o que cada uma das três unidades produtos para cada marca da JBS.
As investigações começaram quando um fiscal do Paraná decidiu denunciar o pagamento de propina para que fossem emitidos certificados sanitários a frigoríficos, depois de abrir um procedimento contra uma das empresas envolvidas no esquema, Daniel Gouveia Teixeira foi afastado do cargo pela Chef, Maria do Rocio Nascimento.
Também são investigadas fábricas do grupo BRF, um dos maiores produtores de alimentos industrializados do país, dono entre, outras das marcas Sadia e Perdigão. De acordo com a polícia uma das fábricas da BRF identificada no mandado de busca e apreensão apenas como fábrica da BRF em Mineiros Goiás, só continuou funcionando porque houve pagamento de propina.
Segundo as investigações, no ano passado houve uma contaminação na empresa com a bactéria salmonella, conhecida por causar infecções que podem até levar à morte. A fábrica produz derivados de frango e peru.
A polícia federal não detalhou em quais marcas da BRF havia irregularidade e nem o destino dos produtos. A BRF também não esclareceu quais produtos e de que marcas essa unidade fabricava.
No relatório a polícia federal cita uma conversa entre o gerente de produção da BRF em Carambeí no Paraná, Luiz fossati e um funcionário, a PF diz que eles falam em colocar papelão junto com a carne moída, descrita no diálogo como CMS.
A BRF divulgou notas sobre o uso do papelão, segundo a empresa, o funcionário estava se referindo as embalagens do produto e não ao seu conteúdo quando ele disse: ‘’dentro do CMS’’ está se referindo a área onde o CMS é armazenado. A BRF diz fica ainda mais claro quando ele diz que vai ver se consegue colocar em papelão ou seja, embalar o produto em papelão, pois esse produto é normalmente embalada em plástico.
Por JN
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